sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Situação agravante leva milionários para a clínica Paradigm nos EUA para 'desconectar’ filhos viciados em celulares e internet..





As diárias chegam a US$ 1.633 dólares (R$ 5,4 mil) na mansão de um dos principais cartões postais de San Francisco. Nem as famílias se conectam com os filhos porque eles estão no ‘Snapchat', diz diretora.

Um iPhone X é vendido no Brasil por quase R$ 8 mil. Nos Estados Unidos,  há quem pague mais de R$ 300 mil (ou 40 iPhones novos) só para conseguir manter os filhos longe do aparelho.

Nos últimos cinco anos, dezenas de clínicas de reabilitação surgiram no Vale do Silício, oferecendo tratamentos específicos para jovens que passam até 20 horas diárias encarando telas de cristal líquido.

A clínica é uma mansão cercada por jardins e câmeras de segurança no ponto mais alto de uma colina em San Francisco, de frente para a ponte Golden Gate, principal cartão postal da região onde moram estrelas do cinema e altos executivos de empresas de tecnologia. Nada de calçadas na estrada que leva até a clínica, que abriga crianças e adolescentes entre 12 e 18 anos, internados pelos pais para abandonarem o vício pela internet. Muito menos placas de identificação. É acessível só de carro...

A Paradigm hospeda apenas oito jovens simultaneamente, em internações que duram em média 45 dias, podendo chegar a 60, dependendo do grau de dependência e de fatores associados, como depressão, ansiedade e agressividade.

No casarão, celulares, laptops e tablets são proibidos e o acesso a computadores é limitado a aulas de reforço escolar., acompanhada de perto por professores e psicólogos. A promessa da clínica é "reprogramar" os jovens para que eles possam reconstruir sua relação com a tecnologia e se reaproximar de familiares, estudos, amigos e tarefas "offline".

"Nós os desconectamos. Essa é a regra. Eu diria que é um período de ajuste para as crianças. O mais bacana é ouvir muitas dizendo no final do tratamento: 'Obrigado, obrigado por não permitir que eu ficasse com meu telefone ou em redes sociais em um computador, eu fui capaz de realmente me concentrar em mim", resume Danielle Kovac, diretora da clínica, à BBC Brasil.

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento integral e gratuito para transtornos como depressão e vícios em álcool e outras drogas, mas não tem serviços específicos sobre questões mentais ligadas à tecnologia.

Há menos de um mês, mais de cem especialistas e organizações internacionais de saúde infantil pediram ao Facebook que dê fim a seu recém-lançado aplicativo de mensagens voltado a crianças com menos de 13 anos, o Messenger Kids. Em carta aberta a Mark Zuckerberg, o grupo classificou o aplicativo como iniciativa "irresponsável" que visa estimular crianças pequenas - que não teriam maturidade para ter contas em redes sociais - a usar o Facebook.

Em resposta à carta aberta, o Facebook afirmou que "desde o lançamento, em dezembro, temos escutado de pais ao redor dos EUA que o Messenger Kids os ajuda a manter contato com seus filhos e que seus filhos mantenham contato com familiares, perto ou longe. Soubemos, por exemplo, que pais que trabalham à noite agora podem contar histórias de ninar para seus filhos; que mães em viagens profissionais estão tendo atualizações diárias de seus filhos enquanto estão longe".



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